segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Meus pensamentos sobre Anne Frank

Eu tinha um outro blog muito legal, mas estraguei ele achando que poderia monetizá-lo. Migrei algumas postagens boas para cá, mas este aqui não fez o mesmo sucesso. Mesmo assim volto hoje a postar aqui, porque não tem outro lugar que eu possa escrever sobre isso.


Minha irmã presenteou minha mãe no Natal com o livro "O Diário de Anne Frank". Será que ela não sabe que minha mãe não é de ler? Ao meu pai ela deu um outro livro enorme, ao qual ele leu cerca de um terço só pelo respeito às suas boas intenções, mas o assunto definitivamente não o agrada. Ela e o marido são de esquerda, toda minha família é de direita.

Para mim ela deu chocolates dentro de uma caneca, a caneca não era para mim, era só porque não tinha embrulho. Do meu irmão já ganhei um livro do Dalai Lama e outro que não li porque era muito chato. Até hoje me arrependo de não ter aproveitado os 30 dias para troca.

Então, após ter lido a biografia do Steve Jobs (livro do meu irmão que ele nunca leu), me aventurei em "O Diário de Anne Frank", porque minha mãe até hoje nunca leu.

Primeiramente o que mais me impressionou foi que eu não sabia nada sobre ela. Tentei remeter meus pensamentos ao passado, mas acho que já era tarde demais. Eu sabia de uma mulher escondida durante a Guerra e tal, que fizera os relatos. Mas achava que era uma casa isolada em uma campo ou fazenda. Não sabia que era uma menina adolescente, não sabia que ela tinha morrido tão logo em seguida, não sabia que eram dois anos escondida, não sabia com quem se escondeu, não sabia que era na Holanda, não sabia que havia perdido sua nacionalidade alemã, não associava tanto ao Holocausto, não sabia que os judeus eram obrigados a andar com estrela amarela de identificação, não sabia absolutamente nada, mas estou feliz em saber agora. Antes tarde do que nunca.

Meus pensamentos sobre Anne Frank

Independente dos anseios e sofrimentos íntimos, considero Anne Frank uma pessoa bem normal, com uma vida muito boa, que seria ótima se não fosse a Guerra. Cada vez que ficasse mais velha iria viver melhor e quem sabe amar sua mãe, se casar, ter filhos. Não há dúvidas que alcançaria seu sonho de ser jornalista e escritora.

Ela parece uma menina à frente de seu tempo. Certas pessoas não entram para a história por acaso. Antes de ler eu nunca pensei no livro como o diário de uma menina adolescente. Certa vez li uma passagem no diário da minha irmã, me arrependo até hoje, tem coisas que você não deve saber sobre outra pessoa, principalmente sua irmã. Lendo o diário de Anne, uma certa passagem me fez sentir nitidamente que quando ela escreveu, imaginava que aquilo jamais seria lido por outra pessoas. Mesmo pensando em escrever um livro chamado "O Anexo Secreto", baseado em seu diário, ela nunca iria expor certas coisas que escreveu lá.

Não tenho muito dinheiro, mas quero ir em muitos lugares do mundo como Jerusalém, Egito, Vaticano, Londres e Muralhas da China. Agora tenho que incluir Amsterdã e a casa de Anne Frank também.

Fiquei impressionado no site oficial da ver toda a casa por dentro em 3D. Seria melhor ter visto isso antes de ler o livro, ou ler novamente outro dia.

Lembrei de outro fato, eu imaginava que era mais um relato da Guerra em si, de alguém preso em lugar sem poder sair relatando mais os fatos ruins, mas não é nada disso. Ela fala mais da vida dela do que da Guerra em si, mas existem muitas passagens do livro que fala sobre a Guerra. Barulhos de aviões, canhões e muitos tiros. Invasões do lugar onde estavam escondidos e medo de ladrões e polícia.

Triste ver acusações sobre a veracidade do diário. Pudera, duvidam até que o homem foi à lua. Na minha opinião, lendo o diário, fica claro que fora escrito por uma menina de 13 ou 14 anos, mas surpreende por ser em 1942 e 1943. Eu não imagina que uma adolescente dessa época pudesse ter penamentos tão modernos. No caso de Anne podemos atribuir ao fato de que o pai era rico, herdeiro de família rica, que ela estudava em boas escolas e principalmente que lia muito e estudava muito. Inclusive estudava até outras línguas como inglês e francês. E ela lia muito mesmo, relata que leu 200 páginas de Galileu Galilei em três dias. Me senti mal por nunca ter lido muito quando criança ou adolescente, ou estudado mais.

Eu fico pensando em tantas outras crianças ou jovens que morreram e que ninguém sabe nada como sabe sobre Anne. Suas dúvidas, seus anseios e angústias. Eu lembro dos meus problemas, muitos deles que perduram até hoje, e o que vou fazer com eles. Eu penso que o caso de Anne é como o caso de tantas outras pessoas que se destacam na sociedade perante de milhões de anônimos. Pessoas iluminadas de certa forma que "dão certo na vida", independente dela ter morrido precocemente, eu acredito que ela teve o seu papel na história de humanidade. Um papel de uma importância gigantesca.

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