quarta-feira, 12 de março de 2014

Por que o tempo é algo tão priosrisado na vida?

Quando eu sai de casa eram mais ou menos 12h30. A manhã havia sido proveitosa, um dia bonito e ensolarado como foi a maioria naquele mês de janeiro e seu calor quase insuportável. Mas tudo mudou em pouco tempo. O vento começou a soprar de um lado e do outro, o dia ficou nublado e a possibilidade de chuva parecia cada vez mais evidente. Não demorou muito e choveu. Choveu muito durante toda a tarde, como foi relatado a mim por outras pessoas (uma delas uma mulher linda de deixar qualquer um encantado) já que eu estava em um lugar sem janelas e sem poder ver a água cair do céu.

Só me restava escutar o que parecia ser o barulho da tal chuva e naturalmente as famosas trovoadas. Chegou enfim as cinco horas da tarde, a minha hora de ir embora, e então lá fui eu ver se ainda estava chovendo. E estava. A água ainda caía do céu escuro e nebuloso. Não era aquela garoa chata e tão pouco uma chuva final e constante, também não era o temporal que havia caído, não era uma tempestade, mas era uma chuva forte. Pingos fortes de água que sentimos bater em nosso corpo, que molham nossas roupas e que encharcam a meia de nossos pés.


Corri, não como a Lola, mas do meu jeito e atravessei a rua. Fiquei de baixo de uma cobertura, entrei em uma livraria para ler as revistas e nada. A chuva continuava caindo e eu continuava correndo de uma marquise até a outro. A roupa molhava e tão logo secava, mas a chuva nunca parava. Me abriguei então em frente à uma famosa loja d 1,99, onde os produtos chegam a custar até 49,99. Foi ali, enquanto a chuva caia do céu, que pude comprovar ainda mais por que o tempo é algo tão priosisado na vida das pessoas. A urgência em se chegar a algum lugar o mais rápido possível, a vontade de ir para frente e jamais andar para trás, o medo de ficar parado, mesmo que seja por um breve momento da sua preciosa vida.

Não foi um e nem foram dois. Foram cinco pessoas em apenas 30 minutos que entraram na loja de 1,99 para comprarem um guarda-chuva. A chuva diminuiu e parou algum tempo depois, por volta das 18h20 ela já estava bem fraca, mas entre 17h30 e 18h00 as pessoas preferiram comprar guarda-chuva e seguir em frente ao invés de ficarem paradas na vida como eu estava fazendo. O atraso de vida é realmente trsite. A cerca de um ano atrás fui informado sobre um probelma no meu trabalho que me deixou preocupado. Tentei resolvê-lo na época, mas aparentemente não foi resolvido, mesmo assim eu não fiquei sabendo disso. Apenas agora, um ano depois, soube que o problema continua. É lamentável, uma perda irreparável de um ano, mas não é como perder uma hora porque está chovendo.

Uma hora pode até fazer diferença para algumas coisas, mas não vai mudar muito sua vida. Talvez aquelas pessoas não tivessem guarda-chuva em casa, estavam mesmo precisando de um já que os seus estão velhos e com varetas quebradas, mas com certeza a maioria comprou só para não perder preciosos minutos de suas vidas. Elas continuaram andando sem se molharem enquanto eu estava parado para me molhar um pouco menos uma hora depois que sai de um lugar para chegar em casa em cerca de 25 minutos. Cheguei 1h29 munutos depois que sai. Eu perdi tempo apenas para não molhar a roupa e não encharcar o tênis, nada tão horrível quando o dinheiro que perdi ao longo do último ano pelo problema que eu achava que tinha sido resolvido no trabalho.

Ainda na frente da loja de 1,99, observava o cruzamento de uma rua com uma das Avenidas mais movimentadas da cidade. Ali também foi possível ver como o tempo é algo tão priosrisado na vida. Tão importante que vale à pena passar no sinal vermelho, mesmo que mais à frente seja obrigado à parar em outro sinal vermelho que logo surgirá em seu caminho. Tão urgente que vale avançar em cima da faixa de pedestres depois que não foi possível passar no sinal verde devido ao trânsito ter sido interrompido por um motoqueiro para que uma ambulância pudesse passar mais rápido; como se o sinal seguinte fosse ser mais rápido do que o, já percebido por mim, período de um minuto para cada lado. Uma neurose tão grande que fez alguns veículos fecharem o cruzamento, deixando os que tinha sinal verde loucos da vida, apertando suas businas desesperadamente e fazendo de tudo para seguir em frente naquele farol verde, ou mesmo quando ele ficou vermelho; como se nunca mais ele fosse abrir novamente.


Tempo para resolver os problemas. Tempo para descansar. Tempo para apreciar a beleza de um loira de seios grandes e bonitos que passou perto de mim enquanto eu aguardava a chuva passar. Eu perdi tempo não resolvendo o problema no meu trabalho, por não saber que o problema continuava existindo, mas não perdi dinheiro comprando guarda-chuva sem necessidade ou me molhei mais do que deveria sem necessidade, só para não perder tempo. Porque a vida continua e o problema no trabalho pode ser resolvido, pelo menos eu espero que sim, assim como a chuva pode voltar, hoje mesmo. Aliás já está chivendo novamente, não tão forte como ontem e talvez nem esteja tão intensa quando eu for embora, mas pelo menos o guarda-chuva está aqui comigo, para que eu não precisa mais perder tempo, mesmo que eu ache que não tenha perdido vendo todos evitarem perder.

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